Plantio de Pífanos: plantar para tocar e tocar para plantar

Realizado em parceria com a Escola Estadual Indígena Saturnino Vieira de Melo, na Aldeia Malhador (Terra Indígena Kapinawá), o projeto Plantio de Pífanos vem desde janeiro de 2019 promovendo e fomentando ações ligadas à cultura do pífano indígena. Uma das 12 etnias reconhecidas formalmente em Pernambuco, o povo Kapinawá tem seu território localizado no município de Buíque, na transição entre o agreste e o sertão do estado. Concebido por professores(as) indígenas da E.E.I. Saturnino Vieira de Melo e educadores(as) do Instituto Candeeiro, o projeto contempla educandos(as) e educadores(as) de quatro aldeias, bem como suas famílias, e parte da ideia de que a integralidade entre a Educação, Cultura e Meio Ambiente constitui uma das principais formas de fortalecimento da comunidade e do território.

Para tal, o Plantio de Pífanos vem executando as seguintes ações:

• rodas de diálogos de educandos(as), educadores(as) e mestres do pífano locais;
• oficinas de confecção e prática do instrumento;
• práticas de manejos tradicionais da caatinga voltada para as culturas musicais e;
• registro audiovisual de antigas bandas de pífano do território.

O projeto, que segue em curso, apresenta as possibilidades das parcerias entre Organizações Sociais e Escolas Públicas Indígenas no fortalecimento das identidades étnicas e do pertencimento comunitário ao promover a formação de novos(as) pifeiros e pifeiras; ao fomentar a contribuição dos mestres da cultura nas atividades escolares e; ao se praticar a agricultura tradicional indígena voltada para as culturas musicais, valorizando os conhecimentos dos mais antigos e a importância do jovem agricultor.

Além disso, ao longo do projeto foi gravado e lançado o primeiro CD da Banda de Pífano Os Cariris, da aldeia Colorau, com mais de 100 anos de atividades.

A partir das relações entre Cultura, Educação e Meio Ambiente que se fundam na cultura do pífano Kapinawá, o projeto mobiliza dezenas de crianças e jovens indígenas de diferentes aldeias e a comunidade escolar local, para avançar sobre a ideia tão presente nessa cultura ancestral: é fundamental plantar para tocar e tocar para plantar.